As mulheres entram na menopausa com idade média de 51 anos, variando entre 45 e 55 anos. A menopausa está associada a uma diminuição acentuada na produção de hormônios femininos (por exemplo: estrogênio). Isso resulta em fogachos (ondas de calor) na maioria das mulheres, além de manifestações emocionais, alterações vaginais e cutâneas, dentre outras. O tratamento mais eficaz disponível para melhora desses sintomas é o estrogênio, associado ou não a progesterona.
O objetivo principal da terapia hormonal da menopausa é aliviar as ondas de calor. Outros sintomas que também respondem ao estrogênio incluem distúrbios do sono, depressão do humor e, em alguns casos, dores nas articulações. Por outro lado, devemos sempre nos lembrar dos efeitos colaterais dessas medicações, por exemplo: maior risco de doença cardíaca, trombose, etc).
A indicação do uso ou não da terapia de reposição hormonal na menopausa é realizada pelo ginecologista. No entanto, em casos específicos, a avaliação do mastologista é solicitada devido ao risco associado ao câncer de mama.
Qual essa relação?
O principal estudo demostrou que a terapia hormonal combinada (estrogênio + progesterona) por 5 ou mais anos se associou ao acréscimo de 8 novos casos em 10.000 mulheres/ano. Já a terapia isolada com estrogênio teve resultados divergentes, não havendo um consenso no momento.
De modo geral, quanto maior a idade da paciente maior seu risco de desenvolver câncer de mama. Desta forma é uma opção mais indicada para mulheres saudáveis, sintomáticas que estão dentro de 10 anos da menopausa ou com menos de 60 anos de idade e que não têm contraindicações à medicação (como histórico de câncer de mama, trombose anterior ou AVC, etc).
E quem já teve câncer?
Mulheres que com histórico de câncer de mama não devem usar estrogênio pois o risco de recorrência do câncer com seu uso é de grande preocupação. Esse grupo frequentemente apresenta menopausa precoce devido à quimioterapia e pode apresentar ondas de calor devido ao uso de algumas medicações, nesse casos, sugerimos outras formas de controle dos sintomas.
E a Tibolona?
É uma droga utilizada para as ondas de calor. É um esteroide sintético cujos metabólitos possuem propriedades estrogênicas, androgênicas e progestogênicas. A tibolona reduz os sintomas vasomotores quando comparada ao placebo, mas é menos eficaz que a terapia com estrogênio. Também tem um efeito benéfico na densidade mineral óssea e pode ter um efeito modesto nos sintomas sexuais. Os estudos que avaliam o risco de câncer com seu uso são conflitantes, no entanto, a tibolona aumenta o risco de recorrência em mulheres com histórico pessoal de câncer e não deve ser indicada nesses casos.
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